Foto: Bruno Sodré/CLDF Distritais, familiares de vítimas e representantes do GDF debateram aspectos gerados pela pandemia e apresentaram...
Distritais, familiares de vítimas e representantes do GDF debateram aspectos gerados pela pandemia e apresentaram propostas para apoiar as vítimas e mitigar os efeitos da crise econômica.
A crise sanitária em decorrência da pandemia, que exacerbou problemas econômicos e sociais, exige que seja dada atenção às vítimas por meio de políticas públicas, de modo a garantir desde a sobrevivência das famílias mais pobres até a situação das crianças e adolescentes que ficaram órfãs. Esta é a conclusão de comissão geral da Câmara Legislativa que discutiu, nesta quinta-feira (4), a urgência de se estabelecer medidas em várias direções para atender os atingidos pela Covid-19.
Proposta pela deputada Arlete Sampaio (PT), juntamente com Chico Vigilante (PT) e Fábio Felix (Psol), a comissão geral – quando a sessão ordinária é transformada em debate para tratar de temas relevantes e o plenário, além dos parlamentares, recebe convidados – tratou de diversos aspectos gerados pela pandemia e apresentou propostas para apoiar as vítimas e mitigar os efeitos da crise.
A distrital, inclusive, é autora do projeto de lei nº 2.206/2021, que estabelece diretrizes para um programa de proteção social voltado a crianças e adolescentes em situação de orfandade, estimados em uma centena. “Não podemos achar que está tudo bem”, afirmou a parlamentar, criticando a decisão do GDF de excluir o uso de máscaras ao ar livre e a volta de 100% dos alunos às escolas públicas.
Além de questões de saúde e assistenciais, foi colocado que outros enfoques precisam ser observados na prestação de um atendimento efetivo, como o apoio jurídico, que é um dos objetivos da instituição Vida e Justiça – Associação Nacional em Apoio e Defesa dos Direitos das Vítimas da Covid-19, atuante no Distrito Federal desde agosto passado. Representante da entidade, a Irmã Sueli Bellato destacou a gravidade da situação, relembrando que famílias na região do Sol Nascente chegaram a abrir mão de receberem cestas básicas em troca de urnas funerárias “para dar um enterro digno aos familiares vítimas da doença”.
Enquanto seu colega Ronan Figueiredo, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, acrescentou que a conjuntura “exige respostas de acordo com a excepcionalidade do momento”.
Depoimento emocionado
Um dos momentos mais comoventes da comissão geral foi o depoimento de Maria Alzineide Xavier, que representou as famílias atingidas pela Covid- 19. Ela perdeu o pai que, mesmo internado em unidades de saúde da rede pública, não conseguiu o tratamento – a realização de diálise – recomendado para a sua condição. “Restam questionamentos, dúvidas e perguntas”, declarou. Todos os participantes do debate solidarizaram-se com ela.
“Se tivessem comprado vacina e feito campanhas de imunização tão logo fosse possível, muitas mortes teriam sido evitadas ”comentou o deputado Chico Vigilante. Ele também citou o caso de uma servidora há 30 anos da Secretária de Saúde acometida pela Covid-19 cujos familiares recorreram ao seu gabinete pedindo ajuda em relação ao atendimento, uma situação que se repetiu frequentemente, segundo o distrital.
Já o deputado Fábio Felix frisou que os problemas seguem acontecendo, “pois ainda estamos em pandemia, um momento delicado e triste da nossa história”. O parlamentar destacou o papel fiscalizador da CLDF durante a crise sanitária e salientou que, além do SUS, é preciso acompanhar também com atenção as ações dos Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Por sua vez, a deputada Júlia Lucy (Novo) disse ser necessário preparar a população para enfrentar novos vírus e outras possíveis pandemias. Como sugestão imediata propôs um aumento na “pontuação” das crianças órfãs para garantir vagas nas creches públicas. E ainda no acesso a programas de moradia. “O acolhimento emocional também é imprescindível, mas faltam profissionais especializados em saúde mental. Por isso, temos de cobrar do governo”, considerou.
Ações governamentais
Representando o GDF na comissão geral, o coordenador da Atenção Primária da Secretaria de Saúde, José Eudes Barros Vieira, relatou as dificuldades dos profissionais em lidar com a enfermidade que se segue à contaminação pelo novo coronavírus. “As informações foram coletadas durante o processo e muitos entravam em pânico por não ter ideia de como lidar com a questão”, relatou. No momento, uma das preocupações é com os procedimentos voltados à reabilitação pós-Covid.
Enquanto Karine Geralda Alves Veiga, da Secretaria de Desenvolvimento Social, fez um balanço da atuação da pasta. “Nossa demanda cresceu 300%”, calculou, atestando o aumento da fome e das desigualdades, com a falta de renda. “Em 2020, a estratégia foi atender necessidades básicas das famílias”, observou, listando alguns programas de transferência de renda do governo local: O DF sem Miséria, que atende cerca de 77 mil famílias; o Prato Cheio, que se encaminha para beneficiar 40 mil até o final do ano, e o Cartão Gás, em torno de 70 mil atendidos.
Da redação com informações da Agência CLDF
Nenhum comentário