Hoje, há em torno de 10 mil pacientes da rede pública de saúde, entre crianças, adultos, gestantes e idosos, com diabetes do tipo 1, tipo ...
Hoje, há em torno de 10 mil pacientes da rede pública de saúde, entre crianças, adultos, gestantes e idosos, com diabetes do tipo 1, tipo 2, gestacional ou outras menos frequentes | Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF
Aproximadamente 45% das pessoas afetadas pela diabetes não sabem que estão doentes, o que reforça a necessidade de cuidados e prevenção.
A International Diabetes Federation (IDF) estima que uma em cada 10 pessoas adultas em todo o mundo conviva com a diabetes. No Brasil, o número de diabéticos ultrapassa os 16 milhões. Para promover a prevenção e a busca pelo diagnóstico, a IDF, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), criou o Novembro Diabetes Azul.
A campanha Novembro Diabetes Azul acontece em todo o mundo. O mês foi escolhido porque, no dia 14, é celebrado o Dia Mundial da Diabetes, em homenagem ao descobridor da insulina, o médico canadense Frederick Banting. A descoberta, inclusive, completou 100 anos em 2021.
“Aproximadamente 45% das pessoas afetadas pelo diabetes não sabem que têm essa doença e descobrem quando apresentam uma complicação, como feridas nos pés, vista embaçada e grande perda de peso”Eliziane Brandão, RTD de Endocrinologia
Durante este mês, a Secretaria de Saúde promove diversas ações em prol da conscientização e da prevenção à diabetes, doença que, inicialmente, não possui sintomas muito evidentes. Há suspeita de diabetes, por exemplo, quando o paciente apresenta sede intensa, cansaço, fraqueza, urina muito, sente muita fome e tem perda de peso.
“Aproximadamente 45% das pessoas afetadas pelo diabetes não sabem que têm essa doença e descobrem quando apresentam uma complicação, como feridas nos pés, vista embaçada e grande perda de peso”, explica a Referência Técnica Distrital (RTD) de Endocrinologia, Eliziane Brandão. Segundo a médica, as complicações só aparecem após cinco a 10 anos de doença não tratada e são evitáveis, por meio de exames simples e do uso correto de medicamentos e insulina.
Hoje, há em torno de 10 mil pacientes da rede pública de saúde — entre crianças, adultos, gestantes e idosos — com algum tipo de diabetes, como do tipo 1, tipo 2, gestacional e outras menos frequentes.
A diabetes é caracterizada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue. Por isso, quando mal controlada, a doença pode causar infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, cegueira e amputações dos pés ou pernas, por exemplo.
As atividades do 'Novembro Diabetes Azul' no DF estão programadas para os dias 10, 11 e 12
Daí vem a importância da campanha Novembro Diabetes Azul. “As campanhas promovem o debate sobre o tema, estimulam a curiosidade, a procura pelo diagnóstico e melhorias no tratamento daqueles pacientes que já são diagnosticados”, afirma Eliziane.
Campanha no DF
As atividades do Novembro Diabetes Azul no DF estão programadas para os dias 10, 11 e 12. Na quarta-feira (10), os hospitais da Criança (HCB), Regional de Taguatinga (HRT) e Regional do Gama (HRG) realizam ações internas para atrair a atenção para a doença e estimular a prevenção para o público presente nas unidades.
O Guará recebe, na quinta-feira (11), ação para o público, no período da manhã. A equipe, que conta com os internos de enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), fará a orientação aos pacientes sobre os sintomas de diabetes, alimentação saudável e aferição de glicemia nos casos indicados. A estimativa é atender 300 pessoas.
Na sexta-feira (12), é o dia do Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), na Região Central, realizar uma atividade educativa no estacionamento da EQN 208/408, com verificação da pressão arterial, orientações sobre alimentação saudável, a importância da prática da atividade física e aplicação de questionário para avaliar o risco de o indivíduo ter diabetes.
“Nas campanhas temos a oportunidade de enfatizar e demonstrar para a população a importância de ter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física e controlar o peso e o estresse”, enfatiza a gerente do Cedoh, Alexandra Rubim.
“É muito importante que as pessoas procurem as unidades básicas de saúde próximas de sua casa para que possam ser cadastradas e acompanhadas pelas equipes de saúde da família”Alexandra Rubin, gerente do Cedoh
Tratamento
O acesso ao tratamento para diabetes na rede pública acontece através da Atenção Primária. É na Unidade Básica de Saúde (UBS) que são solicitados os exames iniciais quando há suspeita da doença. Com o diagnóstico confirmado, o paciente é encaminhado para o correto tratamento. “Por isso, é muito importante que as pessoas procurem as unidades básicas de saúde próximas de sua casa para que possam ser cadastradas e acompanhadas pelas equipes de saúde da família”, explica Alexandra.
No caso de diabetes do tipo 2, a mais comum, o tratamento fica a cargo da equipe de Saúde da Família, na própria UBS. “Em geral os pacientes com diabetes tipo 2 ficam com os médicos da UBS na maior parte do tempo e só vão ao especialista (endocrinologista) em momentos pontuais da vida”, explica a RTD de endocrinologia. Os pacientes com esse tipo da doença, com frequência, também apresentam hipertensão, sobrepeso ou obesidade, elevação do colesterol e de triglicerídeos.
Os casos de diabetes tipo 1 e de algumas gestantes com diabetes, assim como situações especiais ou complicações do tipo 2, são encaminhadas para a Atenção Secundária, por meio do sistema de regulação, para um tratamento mais especializado. “No Cedoh e no HRT funcionam os ambulatórios de monitorização contínua de glicose e de sistema de infusão de insulina para pacientes com diabetes tipo 1 adultos e crianças”, afirma a RTD de endocrinologia.
Atualmente, o Cedoh atende 1,1 mil adultos diabéticos e 200 crianças com diabetes. O Centro Especializado possui equipe multidisciplinar que atende pacientes com diabetes de alto e muito alto risco, com obesidade grave, hipertensão de difícil controle, gestantes com diabetes e pacientes com feridas nos pés causadas pelo diabetes. O acesso aos serviços do Centro é feito exclusivamente via sistema de regulação.
Eliziane ressalta, ainda, que existem ambulatórios de endocrinologia para atender pacientes diabéticos, assim como ambulatório para diabetes na gravidez e para pé diabético com feridas complexas, em todas as regiões de saúde do DF.
Da redação com informações da Secretaria de Saúde
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