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Os Prefeitos pressionam governo de MG por Rodoanel mais barato e eficiente

  Foto: Ronaldo Silveira / O Tempo Betim Prefeitos participaram de audiência pública em Betim para discutirem projeto alternativo do Rodoane...

 


Foto: Ronaldo Silveira / O Tempo Betim

Prefeitos participaram de audiência pública em Betim para discutirem projeto alternativo do Rodoanel

Audiência pública reuniu gestores, que querem viabilizar traçado que prevê mais desenvolvimento e menos gastos. Municípios exigem mudanças do governo de MG.

Prefeitos da região do Médio Paraopeba e da Grande BH se reuniram, na tarde dessa quinta (4), em audiência pública realizada na Prefeitura de Betim, para debaterem a proposta alternativa para o Rodoanel Metropolitano. 

O projeto anunciado pelo governo de Minas não agradou às cidades da região – além de Betim, Contagem, Igarapé, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Mário Campos, Esmeraldas, Brumadinho, Ibirité e Ribeirão das Neves. 

A iniciativa dos prefeitos, encabeçada por Betim, arquitetou um projeto diferente do que o Estado anunciou, fazendo com que haja uma verdadeira rede de interligações entre as BRs 040, 381 e 262, criando um eixo viário que circula os centros urbanos, proporcionando mais segurança, desenvolvimento sustentável e menos impacto social e ambiental.

Isso porque a proposta do Estado é passar o Rodoanel dentro de bairros povoados de Betim e de Contagem, além de cortar a Área de Preservação Ambiental (APA) Várzea das Flores ao meio e não contemplar outras cidades do Médio Paraopeba. 

O projeto alternativo dos municípios prevê um traçado maior ao do Estado, em 12 km, mas, passando por fora das cidades, reduzindo os custos e problemas com desapropriações de áreas urbanas. Em Betim, por exemplo, no projeto do Estado o Rodoanel passa em dez bairros, como o Vila Cristina, dividindo regiões inteiras. Em 17 km de traçado na cidade, há a previsão de apenas duas transposições, o que não é aceito pelos gestores. 

O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, disse que o município apresentou ao Estado o projeto alternativo. “Já tentamos mostrar os impactos sociais que teriam com esse traçado do Estado. Contestamos ainda os custos que divulgaram para a obra (R$ 5 bilhões), porque não levaram em conta as adaptações que precisariam ser feitas nos bairros que o Rodoanel dividiria, pois acaba com o conceito de urbanização de décadas. Precisamos conscientizar a população sobre esses impactos”, salientou.

“Levaram-se anos para construir uma cidade, e agora vêm querer destruir uma urbanização já consolidada? Por isso, nos reunimos com prefeitos, que também sugeriram propostas, pois são eles que conhecem a realidade de seu município”, disse.

A prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), presente na audiência, reforçou que o traçado proposto pelo Estado impacta a Várzea das Flores, responsável pelo abastecimento de parte da região metropolitana de Belo Horizonte. 

“A gente precisa encontrar uma solução para o Anel Rodoviário, mas não podemos criar outro problema, cortando Betim e Contagem. A concepção do Rodoanel é contornar as cidades, e não passar pelo meio delas. Por isso, as cidades se reuniram por um alternativa de traçado para não impactar negativamente o social e o ambiental. Na proposta do Estado, o traçado do Rodoanel divide a APA Várzea das Flores. A mudança que o Estado fez, até agora, não atende à nossa expectativa”, afirmou Marília.

Uma ata da audiência será assinada pelos prefeitos e encaminhada ao governo do Estado.

Reunião
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra) informou que vai se reunir com as prefeituras, que abriu nova consulta pública para debater o projeto e que realizará audiências públicas com a sociedade. Nesta sexta (5), técnicos da secretaria se reunirão com o prefeito Medioli e representantes da prefeitura para discutirem a proposta alternativa. 
 

Repercussão

Vittorio Medioli, prefeito de Betim. "O projeto do Estado acaba com uma urbanização consolidada e não prevê as adaptações necessárias para os resolver os problemas que vão surgir. Vai dividir bairros e causar vários transtornos". 

Marcelo Pinheiro (PP), prefeito de Sarzedo. “Essa proposta aproxima os municípios menores do Rodoanel, cria possibilidades de desenvolvimento econômico, além de resolver o problema da mobilidade. Nossa região ficou esquecida por anos.”

Junynho Martins (DEM), prefeito de Ribeirão das Neves. “Vamos apoiar essa proposta, que é mais rápida. Não podemos esperar muito para essa obra, e o Estado precisa ouvir os prefeitos, que são quem sabe da realidade de suas cidades e os impactos.”

Rodrigo Sampaio (PP), vice-prefeito de Esmeraldas. “Eu destaco a importância econômica que essa proposta alternativa tem, não só para Esmeraldas, mas para as cidades, pois contempla uma interligação, o que trará desenvolvimento à região.”

Marília Campos (PT), prefeita de Contagem. “A solução do Anel Rodoviário não pode criar um novo problema, até porque Rodoanel tem o conceito de circular, e não passar no meio de cidades. O projeto do Estado não nos atende.”

Avimar Barcelos (PV), prefeito de Brumadinho. “Brumadinho tem que ser beneficiado pelo Rodoanel. Fomos o mais impactado com a tragédia da Vale. Necessitamos de uma logística para gerar emprego e renda, que é a proposta alternativa.”

Arnaldo Chaves (PP), prefeito de Igarapé. “Igarapé e os demais municípios têm muito a ganhar com essa proposta. Precisamos buscar o melhor para todos. Além disso, o projeto de Betim tem um custo menor, e isso é muito positivo.”

Flávio Matos, secretário Desenvolvimento Econômico de Ibirité. “A região sofreu ao longo dos anos com muitos problemas da falta de planejamento. Os municípios têm que participar do debate da proposta. Não podemos perder essa oportunidade agora.”

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Da redação com informações do site O TEMPO

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