Enfermeira agredida por acompanhante de paciente na UPA do Recanto das Emas — Foto: Arquivo pessoal Ana Caroline Muniz recebeu um soco no ...
Enfermeira agredida por acompanhante de paciente na UPA do Recanto das Emas — Foto: Arquivo pessoal
Ana Caroline Muniz recebeu um soco no rosto após informar que idosa precisava aguardar atendimento médico. PM foi chamada e envolvidos foram levados a delegacia; Polícia Civil investiga.
Uma enfermeira, de 26 anos, foi agredida com um soco no rosto pela filha de uma paciente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas, na última segunda-feira (3). A profissional alega ter informado que a paciente estava com os sinais vitais normais e, por isso, deveria aguardar mais um pouco pelo atendimento médico.
No entanto, segundo a enfermeira, a acompanhante não gostou da resposta e agrediu a profissional de saúde. "Eu recebi um soco e, como ela estava alterada e gritando, o segurança entrou e ela avançou em mim. Me deixou com vários arranhões", relatou a enfermeira.
A Polícia Militar foi acionada e levou os envolvidos à 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas, que investiga o caso. Em nota, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) lamentou a situação, admitiu que a UPA estava lotada, e disse que pediu à PM mais proteção nas unidades (veja mais abaixo).
Atendimento e agressão.
De acordo com Ana Caroline Muniz, a UPA estava cheia, devido à alta procura de pacientes com sintomas gripais na rede pública de saúde. A profissional diz que a paciente chegou à unidade por volta das 10h.
Segundo a enfermeira, a acompanhante estava agitada e pediu para que a mãe fosse atendida com urgência. Às 11h53, a idosa passou por uma nova avaliação.
Ana Caroline afirma que, no momento em que se virou para guardar um equipamento, foi surpreendida com as agressões. Com lesões no nariz, na boca e próximo ao pescoço, ela precisou passar por atendimento médico na própria UPA.
Enfermeira teve lesões no nariz, na boca e próximo ao pescoço — Foto: Arquivo pessoal
O que diz o Iges-DF
Procurado pelo g1, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) informou que "lamenta muito a agressão verbal e física sofrida pela enfermeira" e afirmou "estar prestando todo apoio à colaboradora".
De acordo com o instituto, no dia do ocorrido, havia grande demanda de pacientes decorrente do aumento das doenças respiratórias, e a UPA atendeu 180 pacientes, inclusive recebeu pacientes transportados por duas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
"O Iges-DF esclarece que casos semelhantes têm ocorrido, razão pela qual foi encaminhado ofício à PMDF solicitando maior frequência da presença de militares nas UPAs do DF”, diz nota do instituto.
Para o presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Distrito Federal (Sindate-DF), Newton Batista, é "inaceitável" que os trabalhadores passem por esse tipo de situação. "Estamos servindo a população e esse é o reflexo que os servidores merecem? Ora recebemos palmas, ora recebemos socos. Isso tem que acabar", disse.
Veja a íntegra da nota do Iges-DF:
"O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) lamenta muito a agressão verbal e física sofrida pela enfermeira da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas na manhã desta segunda-feira (3/1) e está prestando todo apoio à colaboradora. A autora da agressão foi a filha de uma paciente que chegou às 10h à unidade e já estava agitada pedindo para que a mãe fosse atendida. A paciente recebeu classificação laranja e foi inicialmente acolhida por uma equipe do Projeto Humanizar e pela própria gerente da UPA.
Às 11h53 a paciente foi novamente avaliada pela enfermeira, que verificou que os sinais vitais estavam normais. Nesse momento, mesmo sabendo que o atendimento médico estava próximo, a filha da paciente usou palavras de baixo calão e agrediu a enfermeira, gerando lesões no nariz e na boca da profissional. A enfermeira precisou receber atendimento médico, realizado na própria UPA. A ação rápida da equipe de vigilância evitou a continuidade da agressão.
No dia do ocorrido, havia grande demanda de pacientes decorrente do aumento das doenças respiratórias, o amplamente que vem sendo noticiada pela mídia, sendo que a UPA atendeu 180 pacientes, inclusive recebeu pacientes transportados por duas ambulâncias do SAMU.
No momento em que a equipe chamou a paciente para ser atendida, a filha recusou o atendimento. A Polícia Militar do DF foi acionada e os envolvidos foram encaminhados à delegacia para registrar Boletim de Ocorrência. O IGESDF esclarece que casos semelhantes têm ocorrido, razão pela qual foi encaminhado ofício à PMDF solicitando maior frequência da presença de militares nas UPAs do DF."
Da redação a G1
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