A Juíza estava na companhia das filhas quando foram proferidas agressões verbais por ter defendido o sistema eleitoral e ser nordestina...
A Juíza estava na companhia das filhas quando foram proferidas agressões verbais por ter defendido o sistema eleitoral e ser nordestina..
Na tarde de ontem (7), um grupo de magistradas prestou solidariedade à juíza federal Clara da Mota Santos Pimenta Alves, que atua como auxiliar no gabinete do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Clara foi alvo de violência política por defender o processo eleitoral e de discriminação regional por ser nordestina, na noite da última sexta-feira (4).
Participaram do encontro, no gabinete do ministro Fachin, juízas que atuam no STF, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no Conselho da Justiça Federal e na Justiça Federal.
Clara já registrou boletim de ocorrência na Polícia Federal em Cuiabá, onde ocorreram os fatos, e também apresentou denúncia no setor de Compliance da multinacional na qual o homem trabalha, para que haja responsabilização.
Fatos
Conforme o relato feito à Polícia Federal e à empresa, a magistrada estava em uma pizzaria com as duas filhas, após uma apresentação na escola, acompanhada de outros pais e crianças.
A partir daí, iniciou-se uma conversa sobre as eleições brasileiras, e um dos integrantes da mesa afirmou que houve fraude no processo. Clara defendeu o sistema eleitoral, esclarecendo que ele era íntegro.
Ciente de que Clara era juíza, de origem baiana e atuava no STF, um homem que estava na mesa disse que a vitória de Lula se devia ao fato dos baianos terem votado no petista, que se tratavam de “assistidos” e que a Bahia “não representa o PIB” e “não produz nada”. Completou ainda que Lula foi votado por servidores públicos que “não trabalham” e “não fazem nada”.
Em razão dos insultos, a magistrada deixou o local e passou a adotar as medidas legais para responsabilizar, civil e criminalmente, o agressor.
MO/AD
Da redação com a fonte do STF
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