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Por trás da coleta do lixo: Conheça as principais ações e desafios no Noroeste

  O DF tem um total de 584 papa-lixos semienterrados, e o Noroeste foi a primeira localidade a operar esse tipo de equipamento com coleta se...

 

O DF tem um total de 584 papa-lixos semienterrados, e o Noroeste foi a primeira localidade a operar esse tipo de equipamento com coleta seletiva | Fotos: Divulgação/SLU

Região tem 148 coletores destinados a receber resíduos orgânicos e secos

Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo

O setor Noroeste, conhecido como o primeiro bairro ecológico do Brasil, foi projetado para ser uma “cidade-parque”. Inspirada na experiência histórica de Brasília e utilizando recursos tecnológicos contemporâneos, a região foi desenvolvida pela Terracap com base no documento Brasília Revisitada elaborado pelo renomado arquiteto Lucio Costa.

Um dos aspectos mais destacados do desenho urbano do Noroeste é a infraestrutura, com o sistema de recolhimento de resíduos sólidos. Desde a criação do setor, a Terracap instalou 148 coletores destinados a receber resíduos orgânicos e secos. Essas lixeiras subterrâneas trazem muitos benefícios para a população e para o meio ambiente, evitando a proliferação de pragas, a poluição visual e o mau cheiro.

Lixeiras subterrâneas
O DF tem um total de 584 papa-lixos semienterrados, e o Noroeste foi a primeira localidade a operar esse tipo de equipamento com coleta seletiva | Fotos: Divulgação/SLU

De forma simplista, o recipiente funciona como uma grande lixeira instalada abaixo do nível do chão. 
Dessa forma, os coletores foram instalados em cavas. Cada contêiner tem a capacidade de armazenamento de três mil litros de resíduos.

Nos locais instalados, a população se depara com conjuntos de tampas de aço 100% inoxidável. 

O contêiner de polietileno que recebe os resíduos fica enterrado, envolto por uma cuba de concreto pré-moldada, de vida útil estimada em 25 anos. As tampas são de fácil manuseio para o depósito do que, posteriormente, é recolhido pela equipe de coleta do Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

“Esses equipamentos, além de deixarem a cidade mais bonita, impedem que os resíduos fiquem expostos ao sol e aos animais”Silvio Vieira, diretor-presidente do SLU, sobre os papa-lixos.

Os equipamentos atendem as demandas domiciliares, portanto, os estabelecimentos comerciais classificados como grandes geradores não podem utilizá-los. O esvaziamento dos depósitos passou a ser diário, com alternância da coleta seletiva e, diariamente, da coleta convencional.

O Distrito Federal tem um total de 584 papa-lixos semienterrados, e o Noroeste foi a primeira região a operar esse tipo de equipamento com coleta seletiva. “Os contêineres são duplos: um para orgânico e rejeitos e outro para materiais recicláveis”, explica o diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira. “Pedimos que a comunidade cuide bem dos papa-lixos, não jogue inflamáveis dentro das lixeiras e não deixe as tampas abertas para evitar a entrada de água”, orienta Vieira. “Esses equipamentos, além de deixarem a cidade mais bonita, impedem que os resíduos fiquem expostos ao sol e aos animais”, ressalta o gestor.
Os estabelecimentos comerciais classificados como grandes geradores não podem utilizar os papa-lixos

Rotina do lixo

O serviço de recolhimento dos resíduos gerados em residências, assim como seu transporte e destinação correta aos locais de descarte, é responsabilidade do SLU. No Noroeste, a coleta convencional é realizada na frequência alternada, às segundas, quartas e sextas-feiras. 

Em cada dia, são coletados em média 18.860,77 kg. Já a coleta seletiva é realizada de segunda-feira a sábado e, em média, são coletados 4.103,77 kg por dia.

Para ter acesso ao dia e horário exato da coleta em sua região, os moradores podem baixar o aplicativo SLU Coleta DF.

Cooperativas de reciclagem
As cooperativas de reciclagem são instituições responsáveis por realizar um conjunto de ações em diferentes etapas, como recebimento dos materiais, triagem e destinação final dos resíduos sólidos para reciclagem ou aterro.

Essas cooperativas, além de impactarem positivamente o meio ambiente, possuem uma dinâmica social, sendo, em sua maioria, uma oportunidade de realocação de pessoas em situação de vulnerabilidade no mercado de trabalho. Elas ajudam a gerar empregos e colaboram para a valorização do trabalho de catadores, responsáveis por coletar cerca de 90% dos resíduos recicláveis no Brasil.

“O trabalho dos catadores é muito importante e relevante tanto para a população quanto para o meio ambiente. Valorizamos essa parceria”Silvio Vieira.

O SLU conta com a parceria da Central das Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do Distrito Federal e Entorno (Centcoop-DF), que tem como objetivo promover trabalho e renda aos catadores de matérias recicláveis e agregar valor no material produzido por eles, e, assim, valorizar, apoiar, promover e integrar ações para o fortalecimento da categoria, comercialização em conjunto de grande escala aos produtos de suas filiadas, por meio da apropriação coletiva de tratamento, atuando na logística dos materiais recicláveis. “O trabalho dos catadores é muito importante e relevante tanto para a população quanto para o meio ambiente. Valorizamos essa parceria”, afirma o diretor-presidente do SLU.

Catadores irregulares
Um dos maiores obstáculos para a coleta de resíduos de lixo no Noroeste são os catadores irregulares. Em busca de renda, eles utilizam artifícios como ferros para retirar os sacos de lixos, já acondicionados, além de arrombarem as fechaduras das lixeiras subterrâneas, provocando poluição visual, mau cheiro e sujeira por onde passam – ao rasgarem os sacos de lixo. A cada invasão, crianças e adultos arriscam a própria vida. “O problema vai além da saúde pública. Essa situação insalubre e insegura preocupa e incomoda não só os moradores, mas o SLU, que já se propôs em ajudar na regularização dos catadores, mas houve recusa por parte deles”, destaca Vieira.

Conscientização dos moradores
“Precisamos da ajuda do morador para que a cidade fique mais bonita e limpa. Pedimos que os resíduos produzidos aos domingos sejam descartados somente na segunda-feira, dia de coleta rotineira. Assim, evitamos que os lixos sejam espalhados por catadores irregulares, deixando a cidade suja e com mau cheiro”Silvio Vieira.

O SLU realiza a coleta de resíduos, diariamente, na região, mas domingo não é oferecido o serviço de coleta no DF. Por isso, o órgão faz um apelo aos moradores do Noroeste para que descartem os resíduos produzidos no domingo somente na segunda-feira, dia de coleta rotineira. Isso evita a poluição visual, mau cheiro e dificulta a ação dos catadores irregulares que rasgam os sacos de lixo, deixando sujeira por onde passam.

“Precisamos da ajuda do morador para que a cidade fique mais bonita e limpa. Pedimos que os resíduos produzidos aos domingos sejam descartados somente na segunda-feira, dia de coleta rotineira. 
Assim, evitamos que os lixos sejam espalhados por catadores irregulares, deixando a cidade suja e com mau cheiro”, alerta o diretor-presidente.

O SLU disponibiliza, também, a Ouvidoria do Serviço de Limpeza Urbana, pelo telefone 162, que trabalha para facilitar o contato entre os usuários e o SLU, atuando no âmbito das questões que envolvam a área de coleta, limpeza e o manejo de resíduos sólidos urbanos no DF, entre outros.

 “Nos colocamos à disposição para garantir o atendimento, acesso às informações e a resolução de solicitações, reclamações, sugestões e denúncias. Queremos trabalhar na identificação de tendências e proposição de melhorias contínuas dos processos de limpeza urbana do Distrito Federal”, afirma o presidente da autarquia.

*Com informações do SLU

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