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A Secretaria de Saúde tem mais de 80 locais de atendimento para quem quer parar de fumar

  Humberto Leite, da Agência Saúde-DF Cerca de 8,4% da população adulta do DF é fumante. Preocupação é com uso de cigarros eletrônicos por j...

 


Humberto Leite, da Agência Saúde-DF

Cerca de 8,4% da população adulta do DF é fumante. Preocupação é com uso de cigarros eletrônicos por jovens e com índice de fumantes passivos.

Quarenta e cinco anos de idade, quarenta cigarros por dia, uma rotina de stress e o avanço do quadro de diabetes. É esta a vida do eletricista Dênis Soares Oliveira. Ele fuma desde a juventude e agora está cada vez mais convencido da importância de parar. "Eu já parei de beber [álcool]. Mas a minha vontade é parar de fumar. Vejo que quando eu vou tentar parar não consigo porque fico muito nervoso. Vai ser difícil, mas vamos conseguir", conta. Ele faz parte do grupo de 8,4% de adultos brasilienses que se declaram como usuários de cigarros, segundo o Ministério da Saúde, uma população que é estimulada a abandonar o vício no dia 31 de Maio, Dia Mundial Sem Tabaco.

Dênis se inscreveu no grupo de combate ao tabagismo da Unidade Básica de Saúde 7 de Ceilândia, onde será atendido por uma equipe multidisciplinar, formada por farmacêutico, nutricionista, assistente social, médica, terapeuta ocupacional e equipe de enfermagem. Em todo o DF, a Secretaria de Saúde (SES-DF) conta com mais de 80 unidades para atender quem quer largar o vício, com uma abordagem que envolve desde rodas de conversa ao uso de medicamentos.

 

Dênis Oliveira procurou auxílio na UBS 7 de Ceilândia para tentar parar de fumar. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

"Os pacientes acreditam que o medicamento funciona como uma dipirona para dor de cabeça, mas não é assim", explica o farmacêutico Ronaldo Kobayashi, da UBS 7 de Ceilândia. Questões emocionais, a identificação do que leva ao uso do cigarro e o apoio coletivo fazem parte do tratamento. "Há casos de pacientes que usam os medicamentos, mas não param de fumar, e outros que conseguem mesmo sem precisar de auxílio do medicamento", completa o farmacêutico.

Não é fácil largar o cigarro. Em 2023, 1.673 pessoas procuraram o serviço da Secretaria de Saúde: 647 completaram o tratamento e 337 deixaram de fumar, cerca de 20,1% do total. Ainda assim, a estratégia é considerada bem-sucedida, sobretudo porque os pacientes podem tentar várias vezes e contar tanto com a própria experiência quanto a de outros usuários do serviço. "Para vencer o hábito de fumar, o acompanhamento é fundamental. A pessoa ter o acesso a uma unidade próxima ao seu domicílio, onde possa não só frequentar o consultório médico, mas possa frequentar um grupo de aconselhamento, trocar experiência com outros pacientes e ter o acompanhamento multiprofissional é um fator que interfere para o êxito", explica o gerente de vigilância de doenças e agravos não transmissíveis e promoção à saúde da SES-DF, Adriano de Oliveira.

 

Atuação da Secretaria de Saúde também envolve ações de conscientização sobre os riscos do tabagismo. Foto: Ualisson Noronha/Agência Saúde-DF

 

Cigarros eletrônicos e fumantes passivos

O índice de 8,4% da população adulta do DF como fumante foi apresentado nos resultados da edição de 2023 da pesquisa Vigitel Brasil, do Ministério da Saúde, trazendo uma redução frente aos números de 2021, quando eram 11,8%. O problema é que parte da população pode ser fumante e não se enxergar dessa forma. "As pessoas ainda não identificam que o uso de dispositivos eletrônicos as colocam na mesma condição de alguém que faz uso do cigarro tradicional", ressalta Adriano de Oliveira.

O tema é visto como motivo de preocupação. A médica pneumologista Nancilene Melo alerta para os riscos do uso desses dispositivos, geralmente chamados de "vapes" ou "pods". "O uso de cigarros eletrônicos é extremamente prejudicial à saúde. Estudos científicos têm demonstrado que esses dispositivos também contêm substâncias tóxicas e cancerígenas, causando danos aos pulmões e ao sistema cardiovascular. Além disso, a nicotina presente nos cigarros eletrônicos é altamente viciante, levando a dependência e aumentando o risco de desenvolver doenças crônicas", detalha.

Outro tema que chama a atenção é o índice de fumantes passivos. De acordo com a pesquisa Vigitel de 2023, 10,4% da população do DF está exposta à fumaça de cigarros no ambiente doméstico. A exposição à fumaça do tabaco pode ter efeitos negativos na saúde, incluindo aumentar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, câncer de pulmão e problemas respiratórios. A situação fica mais alarmante quando se trata de crianças ou idosos. "Os fumantes passivos estão expostos aos mesmos riscos à saúde que os fumantes ativos, como doenças pulmonares, cardiovasculares e câncer. Portanto, ao parar de fumar, o fumante ativo reduz a exposição dos seus familiares à fumaça do cigarro e contribui para a melhora da saúde de todos ao seu redor", completa a médica Nancilene Melo.

Da Redação do Portal de Notícias com a fonte da Agência Saúde-DF

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