Ação social da UBS 1 de Itapoã é tema de estudo na UnB

  Foi lançada cartilha sobre o projeto de geração de renda “Arte com Amor e Cidadania” Yuri Freitas, da Agência Saúde-DF | Edição: Willian C...

 

Foi lançada cartilha sobre o projeto de geração de renda “Arte com Amor e Cidadania”

Yuri Freitas, da Agência Saúde-DF | Edição: Willian Cavalcanti

Há quase três anos, uma iniciativa da assistente social da Secretaria de Saúde (SES-DF) Giane Ribeiro, com apoio da agente comunitária em saúde Teresa Cristina das Mercês, vem mudando a vida de muitas mulheres em Itapoã. Com base em sua atuação na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 da cidade, as servidoras decidiram organizar um grupo de artesanato com pacientes da melhor idade, de modo a fomentar a geração de renda ao mesmo tempo em que promovem a saúde mental na comunidade. Assim nasceu o projeto “Arte com Amor e Cidadania”.

Grupo de geração de renda “Arte com Amor e Cidadania” tem contribuído para melhorar a saúde mental de mulheres no Itapoã. Foto: Yuri Freitas/Agência Saúde-DF

A iniciativa logo chamou a atenção da professora do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília (UnB), Leides Moura, que decidiu, junto à equipe, coordenar uma disciplina de estágio supervisionado na unidade para estudantes de graduação da UnB. O objetivo era auxiliar em atividades educativas de promoção do envelhecimento saudável e da cidadania participativa ao longo do curso de vida das mulheres.

No início da semana (24), a equipe comemorou o lançamento da cartilha Arte com Amor e Cidadania – série envelhecer bem!, de autoria das coordenadoras do projeto com apoio da UnB.

“Um grupo de geração de renda de mulheres não só alcança a questão de suplementar a renda familiar, mas também trabalha o autocuidado, a autoimagem, o empoderamento feminino, a economia solidária e local, assim como a importância das trocas justas do aprendizado no coletivo”, explica Moura.

“Existe uma necessidade muito grande de mapear, identificar e descrever as iniciativas da comunidade na promoção da saúde. Narrar e descrever isso é de suma importância, porque também se ativam outros coletivos. O nosso grupo de pesquisa trabalha registrando algumas dessas experiências”, completa a professora da UnB.

A assistente social Giane Ribeiro, a agente comunitária em saúde Tereza Cristina e a professora da UnB Leides Moura apresentam os resultados do projeto às participantes do grupo. Foto: Yuri Freitas/Agência Saúde-DF

Arte com Amor e Cidadania 

O grupo Arte com Amor e Cidadania se reúne duas vezes por semana. Cada encontro inicia com atividades como oficinas, rodas de conversa, dinâmicas e exercícios lúdicos, abordando temas que incluem empreendedorismo, autocuidado e Práticas Integrativas em Saúde (PIS). As rodas de artesanato têm confecção de bonecas, caixas decoradas, sacolas ecológicas e organizadores de parede, dentre outros trabalhos manuais de costura.

Giane Ribeiro ressalta a importância das atividades na vida das participantes do projeto. “A grande maioria das mulheres que estão aqui são nossas pacientes, indicadas pelos profissionais de saúde por alguma questão de saúde física ou mental, e que veem na UBS uma possibilidade de melhora. Só que a gente entende que a saúde vai além da questão da medicação”, diz.

“A saúde vai além da questão da medicação”, afirma a assistente social Giane Ribeiro. Foto: Yuri Freitas/Agência Saúde-DF

A assistente social ainda comemora os efeitos no bem-estar das mulheres. “A gente pôde ver claramente uma melhora no quadro emocional delas. Além dos artesanatos, realizamos muitas palestras para falar um pouco do aspecto do próprio cuidado da saúde – dicas de alimentação, dicas de atividades físicas e, aos pouquinhos, elas estão melhorando seu quadro de saúde”, acrescenta.

A agente comunitária Tereza Cristina foi quem tomou as rédeas para ensinar artesanato às participantes e também elogia o progresso na saúde mental delas. “Começamos com seis alunas, mulheres idosas que estavam caindo na depressão em casa. Ao começarem a vir para cá, tudo mudou. O artesanato é todo feito à mão, elas adoram. Aqui elas podem se ajudar, acabam criando uma família de verdade”, afirma.

Da redação do Portal de Notícias