Na manhã desta quinta-feira (19/9), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou a operação Midas, no Sul do estado, resultando na pri...
Na manhã desta quinta-feira (19/9), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou a operação Midas, no Sul do estado, resultando na prisão preventiva de 11 pessoas e na recuperação de aproximadamente R$ 60 milhões em bens utilizados como lavagem de dinheiro.
Ao todo, 38 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, além do sequestro de 17 imóveis e bloqueio de mais de 120 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.
Em resultado aos trabalhos, foram apreendidos 78 veículos - sendo dois carros esportivos de alto custo, outros três automóveis de luxo, uma lancha, uma moto aquática, 28 caminhonetes e outros veículos diversos -; sete armas de fogo, incluindo um fuzil; diversas caixas de munições de calibres variados; considerável quantia em dinheiro; cheques e joias.
Investigações
O inquérito policial, conduzido pela Delegacia de Polícia Civil em São Sebastião do Paraíso, tem como alvo crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e agiotagem, praticados em São Sebastião do Paraíso, Passos, Piumhi, Guaxupé e Guaranésia.
Em 2021 a Polícia Civil constatou o crescimento patrimonial desproporcional por parte de um grupo de empresários que atuam como lojistas de veículos populares e de luxo. Durante o inquérito policial, a Justiça autorizou o afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos suspeitos, sendo verificado pela PCMG a incompatibilidade entre os ganhos lícitos declarados pelos investigados com o patrimônio milionário que ostentam.
De acordo com o delegado Rafael Gomes, que coordena a investigação, alguns funcionários dos estabelecimentos foram identificados como supostos “laranjas” do grupo. “Eles possuíam veículos registrados em seus nomes que ultrapassam consideravelmente a capacidade de suas rendas, além da constatação de transações financeiras suspeitas entre os empresários, funcionários e alguns familiares”, revelou.
Apenas em veículos registrados em nome dos suspeitos, o valor ultrapassa a quantia de R$ 16 milhões, sendo grande parte destes veículos registrados em nome de funcionários, supostos “laranjas”.
“Além dos veículos, diversos bens imóveis foram adquiridos com valores de origem suspeita”, observa Gomes. “Outro ponto de destaque das investigações demonstrou que diversas supostas vendas de veículos divulgadas pelos suspeitos foram simuladas, não ocorrendo de fato”, completou.
Lavagem em cadeia
Os indícios colhidos pela Polícia Civil apontam que os investigados teriam recebido aportes financeiros que alavancaram os negócios, valores de origem aparentemente ilícita. “Para dar aparência de lícitos, os valores foram ‘branqueados’, estabelecendo-se o que se conhece como “lavagem em cadeia”, tendo origem no município paulista de Ribeirão Preto e continuidade no interior de Minas”, detalha Rafael Gomes.
Relatórios requisitados pela PCMG ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) demonstraram vínculo financeiro suspeito entre os empresários que atuam no Sudoeste de Minas com empresa do mesmo ramo, de Ribeirão Preto (SP), cujos responsáveis são investigados por lavagem de dinheiro.
“O trabalho de hoje retrata o empenho e a qualidade técnica do trabalho da Polícia Civil, sendo uma relevante resposta à sociedade e um sério golpe contra a criminalidade”, concluiu Gomes.
A operação Midas mobilizou mais de 150 policiais civis de todo o 18º Departamento de Polícia Civil em Poços de Caldas, e contou com o apoio da Coordenação de Recursos Especiais (Core) e da Coordenação Aerotática (CAT) da PCMG.
*Atualizado em 19/9/2024 às 20h02.
Por ASCOM-PCMG
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