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Coqueluche: SES-Minas Gerais reforça vacinação no estado

    Em reunião em Montes Claros, subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais ressalta importância da vacinação para redução de caso...

  Em reunião em Montes Claros, subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais ressalta importância da vacinação para redução de casos em 2025.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) vai reforçar a campanha de vacinação contra a coqueluche em todas as regiões do estado a partir desta segunda-feira (2/12). A previsão é de que o trabalho prossiga até 31/3 de 2025 em todo o estado.

O anúncio foi feito na quarta-feira, 27/11, pelo subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas Gerais, Eduardo Campos Prosdocimi, durante reunião do Comitê de Monitoramento de Eventos do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Regional de Montes Claros. O objetivo da SES-MG, com o reforço referente à campanha de vacinação contra coqueluche, é aumentar a proteção dos públicos que lidam diretamente com grávidas, recém-nascidos e crianças até 3 meses de idade, que ainda não receberam a vacina.

03.12.2024-Divulgação Ascom HUCF
03.12.2024-Divulgação Ascom HUCF

A aplicação da vacina dTpa contempla os seguintes públicos alvos definidos pelo Ministério da Saúde (MS), por meio da Nota Técnica 40: trabalhadores da saúde que atuam em serviços públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia, parto e pós-parto, incluindo casas de parto; Unidade de Terapia Intensiva (UTI); Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) neonatal convencional e canguru; berçários de baixo, médio e alto risco e serviços de pediatria. A intensificação da vacinação também vai contemplar profissionais que atuam como doulas (acompanhantes de mulheres durante a gravidez, parto e pós-parto); trabalhadores de berçários e creches que atendem crianças até 4 anos de idade.

Reunião Cievs
Durante a reunião do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), realizada por videoconferência com gestores municipais de saúde e coordenadores de Núcleos Hospitalares de Vigilância Epidemiológica, foi abordado o caso de óbito confirmado por coqueluche no município de Francisco Sá, integrante da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros. O paciente era um menino de 11 meses de idade que estava com a situação vacinal incompleta.

Em virtude do aumento das notificações de coqueluche em Minas Gerais, Eduardo Prosdocimi advertiu que “preocupa a quantidade de casos da doença no estado e, para que em 2025 haja redução, é necessário colocar em prática trabalho de intensificação da vacinação”.

Em 2024, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foram registrados em Minas 991 casos suspeitos, sendo 439 confirmados para coqueluche e dois óbitos.

Estes óbitos foram de recém-nascidos que estavam com o esquema vacinal incompleto, pois as mães não tomaram a vacina dTpa durante a gravidez.

Ainda durante a reunião do Cievs, Eduardo Prosdocimi reforçou a importância do aumento das coberturas vacinais contra a covid-19. Ele lembrou que “apesar da pandemia da covid-19 ter acabado, as internações e óbitos causados pela doença continuam acontecendo”.

Norte de Minas
A coordenadora do Cievs e da Vigilância em Saúde na SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explicou que, em julho deste ano, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) emitiu alerta epidemiológico sobre o aumento dos casos de coqueluche na região das Américas. Até o momento, na área de atuação da SRS Montes Claros, neste ano foram notificados 28 casos suspeitos da doença, incluindo o caso confirmado em Francisco Sá. “Diante dessa situação é fundamental investigar quais são as pessoas que integram o ciclo de contato para que seja realizada a quimioprofilaxia (estratégia de prevenção de doenças infecciosas que envolve o uso de medicamentos para reduzir o risco de infecção em pessoas expostas a agentes infecciosos). Também é recomendada a vacinação seletiva de crianças com idade entre 2 meses a 6 anos (vacina dTpa ou pentavalente) e a identificação de possíveis novos casos da doença”, observa a coordenadora.

A doença
A referência técnica de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Maria Regina de Oliveira Morais, lembrou que a coqueluche é uma doença infecciosa aguda, que pode ser evitada por vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A doença tem alta taxa de transmissibilidade e distribuição universal. Por isso, deve ser notificada de forma imediata e obrigatória por parte dos municípios.

Também conhecida como tosse comprida ou tosse convulsa, a coqueluche é uma importante causa de morbimortalidade infantil. A doença compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e manifesta-se por surgimento repentino de tosse seca. A transmissão da doença ocorre por contato direto entre as pessoas, via gotículas de secreção eliminadas durante tosse, espirro, fala ou objetos contaminados.

A coqueluche se manifesta em três fases sucessivas: catarral, paroxística e de convalescença. Em pessoas com situação vacinal incompleta ou que foram vacinadas há mais de cinco anos, a doença nem sempre apresenta a forma clássica. Pode acontecer de forma atípica, com tosse persistente, mas sem paroxismos, guincho característico ou vômito pós-tosse.

Diagnóstico
O diagnóstico da coqueluche é feito por meio da coleta de amostra por parte dos serviços de saúde e enviadas para análise no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

A doença pode ser considerada caso suspeito em toda criança com menos de 6 meses de idade, independente do estado vacinal, e que apresente tosse há dez dias ou mais, associada a um ou mais dos seguintes sintomas: tosse paroxística; tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas em uma única expiração; guincho inspiratório; vômitos pós-tosse; cianose (ocorre quando o sangue circula sem oxigênio suficiente, causando uma coloração azulada na pele, nos lábios e nas unhas); apneia e engasgo.

Em pessoas com idade igual ou superior a 6 meses, independente do estado vacinal, a coqueluche pode ser considerada caso suspeito quando ocorre tosse de qualquer tipo há 14 dias ou mais, associada a: tosse paroxística; guincho inspiratório e vômitos pós-tosse.

Por Pedro Ricardo / Foto: Ascom Hospital Universitário Clemente de Faria

Da redação do Portal de Notícias

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