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Hospital Eduardo de Menezes é referência no atendimento especializado a pacientes com HIV/Aids em Minas

  Hospital Eduardo de Menezes Campanha Dezembro Vermelho reforça importância da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. Tristeza ...

 


Hospital Eduardo de Menezes

Campanha Dezembro Vermelho reforça importância da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.

Tristeza e culpa são os sentimentos de Luzia Mendes*, de 46 anos, quando pensa no vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). “Senti como se tivessem aberto um buraco e me jogado dentro, pois sei que poderia ter evitado”, afirma, emocionada.

Luzia contraiu o vírus por meio de uma tatuagem, feita há dez anos. “Tudo mudou desde que descobri a doença, há um ano. Minha vida virou de cabeça para baixo. Já não sou mais a mesma pessoa. Hoje, a minha rotina é de casa para o hospital e do hospital para casa”, conta.

Casada e mãe de dois filhos, ela vem se dedicando a cuidar da sua saúde e agradece todo o apoio que vem recebendo da família. “Estou fazendo meu tratamento, venho a todas as consultas, tomo meu coquetel de remédios certinho. Estou indetectável. Qualquer exame que eu fizer, não consta mais que tenho o vírus”.

Luzia é uma das cerca de 3,5 mil pessoas assistidas por ano no Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), referência estadual em infectologia e dermatologia sanitária. A unidade conta com equipe multidisciplinar, tratando os pacientes não somente do ponto de vista medicamentoso, mas também social e psicológico.

O último mês do ano é dedicado à prevenção da infecção e do combate ao HIV/Aids, na campanha Dezembro Vermelho, em que o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), reforça ações para conscientizar a população sobre o diagnóstico e o tratamento, além de buscar reduzir o preconceito e a discriminação às pessoas vivendo com HIV.
 


Também paciente do HEM, Marcelo Esteves*, de 37 anos, diz que o principal sentimento que o HIV traz é medo. “Tenho medo o tempo todo. Medo de contaminar outras pessoas, de gripar, de sair na chuva, de tomar banho frio. Tenho medo dos meus amigos descobrirem. É tudo muito novo para mim”, afirma.

Ele conta que descobriu a doença há dois meses e, desde então, tudo mudou. “Sempre me cuidei muito e, justo quando entrei em um relacionamento com uma pessoa que amava, contraí o vírus. Tem sido um processo muito doloroso para mim e minha família”.

“Eu era uma pessoa que malhava, cuidava do corpo e, em pouco tempo, já perdi bastante peso. Entendi que não vou morrer de HIV, pois vou fazer o tratamento corretamente, mas sei que nunca mais minha vida será como antes”, relata Marcelo Esteves.

Assistência especializada

A chefe da Unidade de Pacientes Externos do Hospital Eduardo de Menezes, Luciana Paione de Carvalho, explica que a primeira consulta na unidade acontece por meio de encaminhamento feito pelos centros de saúde dos municípios. “A partir dessa primeira consulta, ele passa a ser acompanhado em definitivo pelo HEM”.

“Aqui, contamos com quatro serviços no Ambulatório: infectologia para pacientes com HIV/Aids, infectologia geral (que atende pacientes que vão fazer uso do Prep ou do PEP), Hospital Dia para pacientes que precisam receber medicações semanais, e o CTA, onde a população pode realizar o teste de HIV anonimamente. Além disso, os pacientes podem pegar toda a sua medicação aqui mesmo na unidade”, detalha Luciana de Carvalho.


Prevenção

O trabalho da SES-MG envolve a prevenção combinada, que reúne diversas estratégias, adaptadas às necessidades individuais e contextuais, visando à saúde integral das pessoas.

"A SES-MG realiza, continuamente, a compra e a distribuição de insumos de prevenção, como preservativos femininos e masculinos, que a população pode acessar nas unidades básicas de saúde", afirma a diretora de Vigilância de Condições Crônicas da SES-MG, Ana Paula Mendes Carvalho.

“Em caso de relação sexual desprotegida, sem uso de preservativo, ou quando há rompimento, é aconselhado que o cidadão procure uma unidade de urgência e emergência, como as unidades de pronto atendimento ou os hospitais, em até 72 horas, para utilizar essa medida de prevenção”, complementa a diretora.
 


Atualmente, Minas possui 75 Serviços de Atendimento Especializado (SAE), Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e Unidades Dispensadora de Medicamento (UDM), em 65 municípios, que realizam assistência especializada às ISTs, com consultas multiprofissionais.

*Nomes fictícios, utilizados para preservar as identidades dos pacientes


Da redação do Portal de Notícias


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