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Regional de Saúde de Divinópolis e UFSJ apresentam primeiros resultados do projeto de rastreio da doença de Chagas utilizando o tele-eletrocardiograma

  O projeto de rastreio da doença de Chagas foi implantado em 44 municípios da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis. A Secretar...

 


O projeto de rastreio da doença de Chagas foi implantado em 44 municípios da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis, tem trabalhado juntamente com a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Campus Divinópolis, no projeto de Rastreio da Doença de Chagas (DCh), para apoiar os técnicos da Atenção Primária à Saúde (APS) e Vigilância Epidemiológica dos municípios com a utilização exames de eletrocardiograma (ECG) da Rede de Telessaúde de Minas Gerais. O projeto de rastreio da doença foi implantado em 44 municípios da SRS Divinópolis. Também participaram do projeto municípios da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros.

Os trabalhos da pesquisa são coordenados pelo Centro São Paulo-Minas Gerais para Tratamento da Doença de Chagas (SaMi-Trop). Além da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), fazem parte do projeto a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unimontes e Universidade de São Paulo (USP).

26.12.2024-tele ecg chagas1 -Imagem IA Artguru

Na macrorregião de Saúde Oeste, o projeto iniciou com a microrregião de Saúde de Formiga, em outubro de 2023, e, gradativamente, as demais sete microrregiões de saúde foram incluídas. Em 15/4 de 2024 todos os municípios que possuíam o Tele-eletrocardiograma implantado já estavam com a inteligência artificial funcionando nesse programa de rastreio da doença de Chagas.

Os resultados obtidos com a implantação do projeto em 44 municípios foram apresentados no dia 12/12, para as equipes de saúde dos municípios. Os resultados e processos implantados nos municípios foram exitosos com emissão de alerta em 2008 casos suspeitos, com realização de sorologia em 50% deles. Oitenta e dois pacientes foram confirmados com doença de Chagas, apontando para uma prevalência de 8,2%.

26.12.2024-tele ecg chagas2 - Arquivo SRS Divinópolis
26.12.2024-tele ecg chagas2 - Arquivo SRS Divinópolis

A iniciativa utiliza inteligência artificial para identificar casos suspeitos de doença de Chagas considerando fatores de risco e traçado do eletrocardiograma. Mediante essa suspeição é emitido um alerta ECG sugerindo testar o paciente para a doença de Chagas.

A equipe municipal realiza busca ativa dos pacientes para realizar sorologia na Fundação Ezequiel Dias (Funed). Todo o seguimento e tratamento antiparasitário, caso se aplique, é conduzido pelas equipes de atenção primária. Como apoio aos médicos dos municípios, a Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis realizou discussão clínica quadrimestral em parceria com a médica Silvana de Araújo, do Ambulatório de Doença de Chagas do Hospital das Clínicas da UFMG. Estratégia esta utilizada pela regional desde novembro de 2021.

26.12.2024-tele ecg chagas3 - Arquivo SRS Divinópolis
26.12.2024-tele ecg chagas3 - Arquivo SRS Divinópolis

A professora da UFSJ, Clareci Silva Cardoso, explicou que os profissionais estão atuando para viabilizar que as pessoas diagnosticadas com a doença de Chagas tenham acesso a atendimento de forma oportuna. “Os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelo SaMi-Trop (http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/vigilancia-ambiental/) apresentam documentos orientativos importantes tanto para os municípios como para a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, com o objetivo principal de enfrentar a doença de Chagas na macrorregião de Saúde Oeste”, destacou a professora.

26.12.2024-tele ecg chagas4 - Arquivo SRS Divinópolis
26.12.2024-tele ecg chagas4 - Arquivo SRS Divinópolis

A referência de Vigilância da Doença de Chagas da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis, Nayara Dornela, explicou que “menos de 10% dos casos são diagnosticados e menos de 1% dos pacientes são tratados e acabam evoluindo para formas crônicas da doença, com comprometimento cardíaco e digestivo”. Assim, sem diagnóstico e tratamento oportuno e adequado, muitos pacientes chegam em situação grave de saúde nas Unidades de Atenção Primária à Saúde, problema que poderia ser evitado, salientou a referência.

O projeto foi finalizado em setembro de 2024. Espera-se, contudo, que seja possível incorporar o algoritmo de inteligência artificial na rotina da Rede de Telessaúde por se mostrar uma importante ferramenta para vigilância epidemiológica.

Por Willian Pacheco / Fotos: Arquivo SRS-Divinópolis e imagem AI Artguru

Da redação do Portal de Notícias

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